Há alguns meses, o jornalista da TV Globo Jorge Pontual narrou sua experiência com a depressão, que segundo ele, já o perseguia de longa data. Apesar de inúmeros tratamentos, nunca havia apresentado melhora significativa, até que seu médico lhe sugeriu realizar um exame genético para verificar como a medicação que ele usava era metabolizada, ou seja, era eliminada do seu corpo. Com isso, seu médico pode tomar melhores decisões relacionadas aos medicamentos e doses mais recomendadas para o seu caso.
O exame ao qual Pontual se submeteu faz parte de uma estratégia de tratamento que ganha cada vez mais espaço chamada de medicina personalizada. Seu propósito é oferecer os recursos médicos de forma a atender as especificidades de cada paciente, e isso implica conhecer características genéticas que influenciam a maneira pela qual cada um reage aos remédios. Há testes para examinar respostas a medicações indicadas contra diversas doenças, inclusive para diversos transtornos psiquiátricos.
Eles representam uma alternativa importante para direcionar melhor os tratamentos, especialmente nos casos de pacientes que, a despeito de todo cuidado e perícia na hora de prescrever a medicação, não apresentam a melhora esperada. Isso acaba sendo frustrante para o médico e decepcionante para o paciente. Por isso, conhecer qual o melhor remédio para cada um é informação preciosa, particularmente no tratamento de doenças psiquiátricas às vezes difíceis de serem manejadas.
Nesta área das doenças psiquiátricas, como muita gente – incluindo aí médicos, familiares e às vezes o próprio paciente – ainda manifesta preconceito em relação a enfermidades como a depressão ou o transtorno bipolar, em várias ocasiões nas quais o doente não relata melhora, ou queixa-se dos efeitos colaterais, ele não é levado a sério.
Por enquanto, a maioria dos exames não tem cobertura dos planos de saúde. Eles são indicados a pacientes que apresentam efeitos colaterais sérios a ponto de impedir a continuidade do tratamento ou para aqueles que manifestam falha na terapia proposta. Por falha entende-se duas tentativas sem reação positiva, e cada uma delas testando o esquema durante pelo menos seis semanas.
Como é feito o teste
- Amostra de sangue ou de saliva é coletada
- O material é enviado para o laboratório, onde é submetido ao sequenciamento genético
- No Brasil, um dos testes analisa 18 genes e 300 variantes relacionadas à metabolização, à toxicidade e à resposta do paciente a 70 medicações que atuam no Sistema Nervoso Central. Entre elas, antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos
- Com as informações, o médico consegue apontar com maior precisão a droga que terá maior eficácia e com menos efeitos colaterais
Para quem é indicado
- Pacientes que não respondem aos tratamentos ou apresentam efeitos colaterais intensos
- Doentes que fazem uso de vários outros remédios (para evitar associações medicamentosas)
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