Há alguns meses, o jornalista da TV Globo Jorge Pontual narrou sua experiência com a depressão, que segundo ele, já o perseguia de longa data. Apesar de inúmeros tratamentos, nunca havia apresentado melhora significativa, até que seu médico lhe sugeriu realizar um exame genético para verificar como a medicação que ele usava era metabolizada, ou seja, era eliminada do seu corpo. Com isso, seu médico pode tomar melhores decisões relacionadas aos medicamentos e doses mais recomendadas para o seu caso.

O exame ao qual Pontual se submeteu faz parte de uma estratégia de tratamento que ganha cada vez mais espaço chamada de medicina personalizada. Seu propósito é oferecer os recursos médicos de forma a atender as especificidades de cada paciente, e isso implica conhecer características genéticas que influenciam a maneira pela qual cada um reage aos remédios. Há testes para examinar respostas a medicações indicadas contra diversas doenças, inclusive para diversos transtornos psiquiátricos.

Eles representam uma alternativa importante para direcionar melhor os tratamentos, especialmente nos casos de pacientes que, a despeito de todo cuidado e perícia na hora de prescrever a medicação, não apresentam a melhora esperada. Isso acaba sendo frustrante para o médico e decepcionante para o paciente. Por isso, conhecer qual o melhor remédio para cada um é informação preciosa, particularmente no tratamento de doenças psiquiátricas às vezes difíceis de serem manejadas.

Estima-se que 30% dos pacientes com depressão não respondem às drogas usadas como primeira alternativa. Além disso, muitos pacientes por eliminarem algumas medicações de forma muito lenta, apresentam efeitos colaterais intensos ocorrendo abandono do tratamento.

Nesta área das doenças psiquiátricas, como muita gente – incluindo aí médicos, familiares e às vezes o próprio paciente – ainda manifesta preconceito em relação a enfermidades como a depressão ou o transtorno bipolar, em várias ocasiões nas quais o doente não relata melhora, ou queixa-se dos efeitos colaterais, ele não é levado a sério.

Por enquanto, a maioria dos exames não tem cobertura dos planos de saúde. Eles são indicados a pacientes que apresentam efeitos colaterais sérios a ponto de impedir a continuidade do tratamento ou para aqueles que manifestam falha na terapia proposta. Por falha entende-se duas tentativas sem reação positiva, e cada uma delas testando o esquema durante pelo menos seis semanas.

Como é feito o teste

  1. Amostra de sangue ou de saliva é coletada
  2. O material é enviado para o laboratório, onde é submetido ao sequenciamento genético
  3. No Brasil, um dos testes analisa 18 genes e 300 variantes relacionadas à metabolização, à toxicidade e à resposta do paciente a 70 medicações que atuam no Sistema Nervoso Central. Entre elas, antidepressivos, antipsicóticos e ansiolíticos
  4. Com as informações, o médico consegue apontar com maior precisão a droga que terá maior eficácia e com menos efeitos colaterais

Para quem é indicado

  • Pacientes que não respondem aos tratamentos ou apresentam efeitos colaterais intensos
  • Doentes que fazem uso de vários outros remédios (para evitar associações medicamentosas)

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